Influência das mudanças climáticas na defluência dos reservatórios de geração de energia

As mudanças climáticas são um tópico diário de noticiários e condicionam diversas atividades humanas. Em usinas hidrelétricas, os períodos intensos de chuvas e secas acabam por gerar situações extremas de armazenamento, levando à necessidade de manobras em unidades geradoras, por vezes, abruptas, o que pode acarretar consequências distintas. Entre tais consequências, destacam-se aquelas associadas à ictiofauna, principalmente na região de jusante.

MITIGAÇÃO DE IMPACTOS

Através da realização de estudos focados na avaliação de baixas defluências de usinas hidrelétricas, é possível definir limites mínimos de vazões turbinadas, que combinadas a níveis d’água distintos na região de jusante, corroboram com a proteção da ictiofauna. Ainda, tais estudos podem subsidiar o pleito, junto ao Operador Nacional do Sistema, de restrições operativas alinhadas também com o objetivo de otimização do aproveitamento do potencial hidráulico.

A morfologia do leito do curso d’água na região de jusante, seja ela natural ou adequada, principalmente em momentos de crise hídrica, pode levar ao represamento de água em locais específicos e ao consequente aprisionamento de peixes. Em função da piora da qualidade da água, a ictiofauna retida nestes locais de empoçamento pode acabar por perder a vida. Além do impacto ambiental, ainda é necessário que se considere a possibilidade de aplicação de sanções por parte dos órgãos reguladores e fiscalizadores. 

O planejamento da operação de usinas hidrelétricas, tendo em vista as referidas vazões limites, possibilita a configuração de um ambiente na região de jusante mais propício à permanência da ictiofauna. Entre as providências que o empreendedor pode tomar em linha com este objetivo, tem-se: a manutenção de um número mínimo de UGs em funcionamento, por reduzir a possibilidade de represamento; a constante operação do maior número possível de UGs, por minimizar a possibilidade de manobras; o desenvolvimento de adequações estruturais nos leitos dos cursos d’água na região de jusante, de forma a implantar canais de ligação entre os locais com possibilidade de represamento; em caso de observação do aprisionamento de peixes, adotar ações de mitigação, tais como a realização de atividades de resgate da ictiofauna; dentre outras.

Entre em contato conosco e conheça as possíveis soluções para questões similares em seu empreendimento! Avaliando as peculiaridades locais, podemos ajudá-lo na definição de medidas de mitigação capazes de reduzir os impactos associados.